quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Da magia cartomântica: Seed Paper.


Olá pessoal. Nesses tempos, tenho pesquisado (e muito!) sobre a magia cartomântica. Lembrando que magia é, conforme Aleister Crowley, a perspectiva de mudar situações pelo uso da Vontade, e cartomântico relaciona-se a qualquer baralho, voltado ou não para o uso místico, me questionei profundamente sobre como aplicar um uso mágico às cartas.
Sou reticente em afirmar que esse potencial lhes é intrínseco. As imagens dialogam com quem as observa. Mas o suporte, não necessariamente. Podemos ter as mesmas imagens em papel, ou ilustrando uma camiseta, ou pintadas em um quadro, ou tridimensionalizadas em esculturas. O potencial simbólico está ali.
O ato de embaralhar e dispor é bidimensional. O ato de virar as imagens também pode ser considerado bidimensional. E a divinação utiliza, justamente, do potencial de ocultamento que a bidimensionalidade proporciona. Um lado eu vejo, o outro não. Um lado é singular – cada um possui sua imagem própria – o outro é plural – todas possuem a mesma imagem.
Mas, tratando-se de magia, a escolha, a meu ver, deve ser consciente. Eu atraio pela imagem aquilo que desejo, e do meu desejo atraio aquilo que a imagem representa, num ir e vir consciente do objetivo final do ato. E, nesse ponto, é necessário escolher tudo. A consciência deve ser global.
Por isso, não utilizo normalmente baralhos completos em intervenções diretas (queimar cartas, por exemplo). Imprimo cartas. As doto de cores. Acresço formas, se necessário. Mas ainda tinha algo que me incomodava, e que fazia diversas experiências: o suporte. O papel.


Essa questão se resolveu quando me deparei com o Seed Paper. O papel que vira flor. Um papel que, após o uso, pode ser plantado e germinar lindas flores (cravo túnico sortido (ou cravo francês), boca de leão, camomila, manjericão, pimenta, rúcula). O papel é maravilhoso. Cuidadosamente confeccionado. E, sinceramente, percebi, ao tocá-lo, que ele é feito de fato com amor. Há acuro, há empenho. Há pesquisa, também, mas vê-se no papel a marca da experiência de quem o produz. 
Sua principal característica é ser um papel reciclado artesanal, produzido por jovens de baixa renda, com alto índice de vulnerabilidade social, na cidade de Atibaia, interior de São Paulo.
O processo de fabricação, apesar de totalmente artesanal, segue normas de proteção ambiental, com reaproveitamento de água sempre que possível e sem corantes químicos.
Pode ser impresso em impressoras jato de tinta, a cores com qualidade fotográfica, frente e verso, com tinta à base d'água para não contaminar as sementes ou por serigrafia.
Tudo que vai ser lido e depois descartado pode (e deve) ser impresso em papel semente.


O processo do plantio é muito fácil: Molhe o papel. Plante-o em terra fértil. Regue diariamente, ele germinará por volta de 20 dias após o plantio. Continue cuidando normalmente.
Particularmente, tenho tido experiências maravilhosas. E, nesse Ano dos Enamorados, experimentarei plantar a carta. Concentrar-me nos seus significados mais elevados. E cultivar um ano perfeito. 
Ah, e eu também acresci ao meu Livro das Sombras algumas páginas de Seed Paper. Para serem plantadas no Sabá. Para rememorarem o ciclo de transformação que deve acompanhar a escrita desse livro. Para lembrar que somos únicos, mas não os mesmos. Estamos sempre em transformação.
O papel semente pode ser adquirido por e-mail, através do contato@seedpaper.com.br.

2 comentários:

  1. Nossa além da ideia do papel ser ótima eu viajei com sua proposta de plantar as cartas , é perfeito, imagine oferecer isso tbm aos consulentes. Uma forma de magia totalmente limpa em todos os sentidos.Se resolverem produzir eu compro , estou louca pra plantar uma imperatriz por aqui !!! rsrsr

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    1. Eu acho perfeita a ideia, É acrescer significado sem cair em esquisoterismos. É propor um ato que, na hipótese mais frugal, oferecerá um vaso de flores. Acho muito válido.
      Um beijo!

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Quando um monólogo se torna diálogo...